quarta-feira, 10 de abril de 2013

[EU NÃO SOU BAÚ] POESIA, PROSA E LITERATURA REGIONAL [Por Agatha Felix]


O "EU NÃO SOU BAÚ" de hoje vem falar de uma coisa muito séria. Com essa tal de globalização as trocas de informações, tecnologias e a difusão de culturas é surpreendentemente veloz. Essa modernidade toda tem lá seus benefícios mas também tem lá seu lado ruim. Vejamos bem, faz pouco tempo que eu falei aqui que : as editoras devem deixar de lado esse "preconceito" com autores nacionais assim como os brasileiros deixar este mesmo "preconceito" com seus conterrâneos. Por que autores nacionais precisam "americanizar" seus nomes para serem aceitos? agora imagem a situação dos poetas, cantadores e repentistas nordestinos? e é aí onde quero chegar.
Hoje me dia não dizemos namorado ou namorada, falamos boyzinho ou boyzinha. Se vemos um garoto logo dizemos "aquele boy alí". Se encontramos uma garota que...bem, não seja nenhum exemplo de comportamento todo mundo logo fala "aquela bicth".  Outro exemplo é essa onda de banda pop oriental cantando em inglês e fazendo coreografias dos Backstreet Boys. Ora essa, até onde sei coreanos, japoneses  ou seja de onde mais essas bandas venham são conhecidos por seus programas de tv ou budismo, enfim.
Que a língua inglesa seja uma língua das mais faladas ou importantes no mundo vá lá. Mas onde fica a cultura regional? qual o espaço que eles tem? Se está difícil para a literatura mais "formal" imagina para os que escrevem com rimas ou com um linguajá mais "abrasileirado" cheio de visses, afe Marias. Viva a cultura de todas as formas!
Aqui vai uma mostra do que estou falando! cultura direto na veia.

MENINO EU FUI POETA
(Merlânio Maia)

EU FUI CRIANÇA SEM TER
PLAYSTATION, IPAD E IPOD,
IPHONE, TV... PRA QUÊ?
O QUE EU TINHA ERA UM BODE
BRINQUEI SOLTO NO TERREIRO
FUI NADADOR, FUI VAQUEIRO,
DE BILA FUI CAMPEÃO,
JOGUEI PIÃO NOS TERREIROS
CORUJA NOS TABULEIROS
FUI MENINO DO SERTÃO

TIVE SARAMPO E PAPEIRA
DORDÓI, BEXIGA E TERSOL
BEBI ÁGUA NA TORNEIRA
PESQUEI PEIXE NO ANZOL
BRINQUEI DE VACA DE OSSO
QUASE ME AFOGO NUM POÇO
BOLA DE MEIA EU JOGUEI
ATÉ CAÇEI TANAJURA
COM A BUNDA DE GORDURA
JÁ FUI MOLEQUE E FUI REI!

ANDEI DE JEGUE, NÃO NEGO,
TIVE UMA INFANCIA DO CÉU
FUI GUIA DE UM VELHO CEGO
UM POETA DE CORDEL
QUE ME ENSINOU VERSEJAR
COM AS PALAVRAS BRINCAR
E A VIDA FOI TÃO COMPLETA
FOI TÃO RICA A MENINICE
QUE UM DIA MÃE ME DISSE:
ESSE MEU FILHO É POETA!

E SELOU O MEU DESTINO
MEU OLHAR MAIS AGUÇOU
MEU CORAÇÃO DE MENINO
NUNCA MAIS MODIFICOU
E QUANDO A LUTA É MAIS FORTE
OU ENFRENTO A DOR E A MORTE
AQUELE MENINO EU VEJO
LEMBRO SUA VIDA COMPLETA
MENINO EU FUI POETA
UM POETA SERTANEJO!

  
 Para não me alongar mais deixo o meu protesto e claro mais duas mensagens de apoio a cultura regional:




O senhor está certo seu Ariano.


Fotos: Internet
Poesia:
http://poesianordestina.blogspot.com.br/


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